1993 - WCT03: Gunston 500

Gunston 500
3ª etapa do WCT
Local: Pier de North Beach, Durban, África do Sul
Data: 14 a 18 de julho de 1993
Simultâneo ao Gunston feminino

Resultado
1. Gary Elkerton (AUS)
2. Dave Macaulay (AUS)
3. Derek Ho (HAW)
3. Shane Beschen (EUA)
5. Fábio Gouveia (PB)
5. Vetea David (TAH)
5. Justin Strong (AFS)
5. Martin Potter (GBR)

Semifinais
Gary Elkerton d. Shane Beschen
Dave Macaulay d. Derek Ho

Quartas-de-final
Derek Ho d. Vetea David
Dave Macaulay d. Justin Strong
Shane Beschen d. Fábio Gouveia
Gary Elkerton d. Martin Potter

Oitavas-de-final
Derek Ho d. Sunny Garcia
Vetea David d. Simon Law
Dave Macaulay d. Shane Herring
Justin Strong d. Jeff Booth
Shane Beschen d. Barton Lynch
Fábio Gouveia d. Kelly Slater
Gary Elkerton d. Michael Barry
Martin Potter d. Joey Jenkins

Round 3
Sunny Garcia d. Dino Andino
Derek Ho d. Stuart Bedford Brown
Vetea David d. Cheyne Horan
Simon Law d. Matt Hoy
Dave Macaulay d. Mike Parsons
Shane Herring d. Taylor Knox
Jeff Booth d. Rob Bain
Justin Strong d. Damien Hardman
Barton Lynch d. Ricardo Tatuí
Shane Beschen d. Chris Brown
Kelly Slater d. Rob Machado
Fábio Gouveia d. Tony Ray
Gary Elkerton d. Shane Dorian
Michael Barry d. Luke Egan
Joey Jenkins d. Todd Holland
Martin Potter d. Michael Rommelse

Round 2
Todd Holland d. Carl Roux
Kelly Slater d. Warren Dean
Dave Macaulay d. Michael Burness
Shane Herring d. Michael Roscoe
Justin Strong d. Flávio Padaratz
Luke Egan d. Hans Hedemann
Ricardo Tatuí d. Shane Powell
Derek Ho d. Todd Miller
Shane Beschen d. Graham Wilson
Jeff Booth d. Marty Thomas
Chris Brown d. Nicky Wood
Michael Rommelse d. Peterson Rosa
Shane Dorian d. Ross Clark Jones
Michael Barry d. Richard Marsh
Tony Ray d. Glen Winton
Taylor Knox d. Jake Spooner

Round 1
1: Vetea David, Michael Rommelse, Justin Strong
2: Mike Parsons, Marty Thomas, Luke Egan
3: Matt Hoy, Jake Spooner, Nicky Wood
4: Sunny Garcia, Chris Brown, Michael Roscoe
5: Simon Law, Todd Miller, Dave Macaulay
6: Joey Jenkins, Shane Herring, Michael Barry
7: Martin Potter, Richard Marsh, Shane Dorian
8: Damien Hardman, Carl Roux, Shane Beschen
9: Barton Lynch, Jeff Booth, Warren Dean
10: Cheyne Horan, Derek Ho, Glen Winton
11: Dino Andino, Flávio Padaratz, Tony Ray
12: Stuart Bedford Brown, Kelly Slater, Ricardo Tatuí
13: Rob Bain, Michael Burness, Todd Holland
14: Rob Machado, Shane Powell, Peterson Rosa
15: Fábio Gouveia, Graham Wilson, Taylor Knox
16: Gary Elkerton, Ross Clark Jones, Hans Hedemann

Ranking WCT após 3ª etapa:
1º. Gary Elkerton (AUS) - 2.330 pts
2º. Vetea David (TAH) - 2.142 pts
3º. Dave Macaulay (AUS) - 2.136 pts
4º. Damien Hardman (AUS) - 2.132 pts
5º. Barton Lynch (AUS) - 2.092 pts
11º. Fábio Gouveia (PB) - 1.590 pts
13º. Flávio "Teco" Padaratz (SC) - 1.570 pts
35º. Peterson Rosa (PR) - 928 pts
47º. Ricardo Tatuí (RJ) - 400 pts

Informações complementares:
O Gunston 500, segundo a reportagem "o evento mais tradicional do Circuito Mundial", completou 25 anos nesta edição com uma série de festividades. A primeira edição do evento foi em 1969 e o campeonato integrou o Tour em sua primeira versão, em 1976. No início dos anos 80, todos os eventos na África do Sul foram alvo de um boicote iniciado por Tom Carroll, Tom Curren e Martin Potter, em manifesto contra o Apartheid.
O evento começou com ondas de 4 a 5 pés, com boa formação. No terceiro dia as condições pioraram, com ondas de quatro pés e um vento maral que aumentou de intensidade até que "à tarde a situação ficou terrível, com ondas gordas, mexidas e de péssima formação". Nas quartas-de-final o mar voltou a melhorar, com 4 pés, mas boa formação. Cerca de 30 mil pessoas assistiram à competição.
Desempenho dos quatro brasileiros:
Flávio Padaratz perdeu na primeira fase para Dino Andino e Tony Ray. Na repescagem, com as séries demorando muito, foi eliminado por Justin Strong após liderar boa parte da bateria; Strong passou à frente a oito minutos do final e Teco não encontrou uma onda para buscar o resultado.
Peterson Rosa perdeu a primeira para Rob Machado e Shane Powell. Na repescagem, foi eliminado por Michael Rommelse precisando de apenas 4,67 para virar, mas "não veio mais onda".
Em seu primeiro dia na África do Sul, Ricardo Tatuí recebeu a confirmação de Graham Cassidy de sua entrada no restante das etapas do WCT como wildcard. No Gunston, Tatuí perdeu a primeira bateria após cometer interferência no então campeão mundial Kelly Slater. Na repescagem, derrotou Shane Powell (que abriu o confronto com um 7,7, mas Tatuí recebeu 8,17 e 8,83 e totalizou 30,33). Depois foi eliminado por Barton Lynch em "uma bateria emocionante (...) no final, ambos estavam no outside quando entrou uma onda (...) Barton deu a volta em Tatuí e ficou melhor posicionado para surfar e confirmar a vitória".
Fábio Gouveia foi o único a vencer o confronto inaugural, sobre Taylor Knox e Graham Wilson. Depois "não deu chances" a Tony Ray. Nas oitavas enfrentou Kelly Slater. Gouveia abriu a bateria com um 8,16 e quando buscava a prioridade Slater pegou "uma boa direita" que lhe rendeu 7,67. Em seguida Slater passou a liderar a bateria e, faltando cinco minutos, ele abriu vantagem e deixou Gouveia precisando "de uma onda excelente". No último minuto o brasileiro pegou "uma merrequinha (...) mandou três manobras fortes e com muita velocidade e completou com um pequeno aerial". Gouveia recebeu nota 8,5 e conquistou sua primeira vitória em baterias homem-a-homem sobre Slater. Nas quartas, Gouveia teve "mais uma disputa irada" contra Shane Beschen, então campeão norte-americano. "A cada onda a liderança da bateria mudava de dono (...) Fabinho atingiu 28,43 pts, mas Beschen venceu por 33 décimos de diferença". Melhor brasileiro na etapa, Gouveia não costumava ter boas atuações na África do Sul.
Após eliminar Teco, Justin Strong, melhor sul-africano no evento, derrotou Damien Hardman (então líder do ranking) na 3ª fase. Vetea David fez a melhor pontuação (29,94) desse dia (o terceiro). Nas oitavas, o campeão do Gunston de 1992, Sunny Garcia, foi eliminado por Derek Ho, e Shane Beschen superou Barton Lynch por apenas 0,16 pts.
Na bateria decisiva, "as ondas melhoraram bastante (...) abriam longas direitas de até 4 pés (...) e os dois australianos deram um show". Elkerton liderou a disputa desde o início e deixou Macaulay precisando de uma combinação de notas para virar. Gary Elkerton não vencia uma etapa do mundial há quatro anos - a última vitória havia sido em 1989 (o Marui Masters, em Pipeline). Ele recebeu US$ 10 mil pela conquista. Vice-campeão mundial em 1987 e 89, Elkerton buscava seu primeiro título (mas terminaria em segundo pela terceira vez).
Espelho de bateria
Fonte: Matéria de três páginas publicada no encarte In Fluir, edição nº 95 da revista Fluir (setembro/1993), com texto de João Carvalho e fotos de Chris Van Lennep.

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