terça-feira, julho 03, 2007

1993 - Big Wave Clark Foam Classic

Big Wave Clark Foam Classic
Local: Itacoatiara, Niterói (RJ)
Data: 11 e 12 de agosto de 1993

Resultado
1º. Carlos Burle (PE)
2º. Eraldo Gueiros (PE)
3º. Gilmar Castellani (RJ)
4º. Sérgio Noronha (RJ)
5º. Alexandre Herdy (RJ)
5º. Tito Baldaque (RJ)
7º. Gutemberg Goulart (RJ)
7º. Rodrigo Jorge (RN)


Informações complementares:
Segundo a reportagem de Zobaran na revista Fluir, foi o primeiro campeonato de ondas grandes disputado no Brasil. O formato foi inspirado no Eddie Aikau Invitational. O período de espera foi de 20 dias e os surfistas eram avisados pela Rádio Fluminense. Alguns swells grandes atingiram a região nos primeiros dias "mas os organizadores queriam apostar alto". No dia 11 de agosto, "quase final do prazo (...) o mar subiu de verdade".
No primeiro dia, as ondas tinham de 6 a 8 pés "no banco de areia no canto esquerdo de Itacoatiara". Houve 31 participantes, "curiosamente nenhum campeão brasileiro". No dia seguinte as ondas atingiram 10 a 12 pés, "a área do campeonato era um liquidificador oceânico movimentado por correntezas violentas". Um dos organizadores do evento era Mano Ziul, diretor da Bit e Baite, que se declarou "preocupado com os atletas (...) a possibilidade de um acidente sério era grande".
Gilmar Castellani protagonizou o pior wipeout do evento, "despencou num buraco cavernoso e foi encoberto por uma explosão de toneladas de água e areia (...) sobreviveu e voltou para o outside atrás de mais adrenalina". Luís Vasconcelos sofreu "uma grave torsão nos ligamentos do joelho que lhe custou 15 dias com a perna engessada".
Segundo o texto, foi "o mar mais cabuloso no Brasil desde o Mormaii 88 (...) número de pranchas partidas ao meio foi certamente recorde nacional". Sérgio Noronha surfou a maior onda do campeonato.
A bateria decisiva teve uma hora de duração. Eraldo Gueiros surfou com uma prancha 7'4 shapeada por Beto Santos e liderava até sete minutos para o término, quando "foi arrastado para a praia (...) Burle precisava de uma boa onda para virar (...) veio uma esquerda cavernosa, ele despencou até a base, virou e foi encoberto pela cacheira que desabava, escapando por muito pouco para correr a parede em direção à praia".
Carlos Burle recebeu US$ 1 mil pela vitória. Segundo Zobaran, "foi a coroação de um dos melhores big riders da história do surf brasileiro (...) pernambucano morador do Rio de Janeiro e veterano de muitas temporadas no Hawaii". Burle surfou com uma 7'2 shapeada por Gustavo Kronig.
O evento teve patrocínio da Clark Foam.
Segundo o texto de Loro Tavares na revista Inside, no primeiro dia "a decisão da comissão técnica de realizar a prova pareceu precipitada (...) o mar não estava enorme como queria o patrocinador". Se não houvesse condições, o evento seria adiado para o ano seguinte e a premiação acumularia. O patrocinador Eduardo Borgeth, da Clark, convenceu-se das condições quando "Rafael Cury ficou 26 segundos debaixo d'água depois de uma vaca, Luís Vasconcelos sofreu uma séria contusão e Sérgio Noronha dropou uma bomba que lhe valeu o troféu pela maior onda surfada: 12 pés".
O primeiro dia teve oito baterias com quatro atletas e duração de 40 minutos. Causou surpresa a desclassificação de Ricardo Tatuí e Amir Ferreira, "favoritos ao título", segundo o texto. No segundo dia, com séries de 10 a 12 pés, os organizadores - Bite e Byte a ASN - "acionaram o corpo marítimo de salvamento com seus guarda-vidas, ambulância e helicóptero". O head judge chamava-se Rubinho e o critério de julgamento exigia "que fossem surfadas as maiores ondas das séries mais pesadas".
O terceiro lugar foi a melhor colocação do surfista amador Gilmar Castelani em um evento profissional até então.

Fonte: matéria de dez páginas na edição nº 95 da revista Fluir (setembro/1993), com texto de Felipe Zobaran e fotos de Agobar Júnior; matéria de oito páginas na edição nº 61 da revista Inside (setembro/1993), com texto de Carlos Loro Tavares e fotos de Roberto Price.

Mais: Todos os eventos cadastrados de 1993

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